domingo, 30 de junho de 2024

Cidade sem cabaré - Parte II

Ratos e morcegos são literais. 
Existem milhares deles pelas valas e bueiros. 
Mas, também, são simbólicos. 
São pessoas que sujam essa cidade com suas imundícias e perversões e a transformam neste limbo indescritível. 
Morcegos que sugam nossas energias com suas mandíbulas doentias. 
Farmácias imponentes em cada esquina mostram o quanto à cidade é doente. 
 Sodoma e Gomorra parecem o paraíso diante das atrocidades cometidas nessa cidade. 
Fogo e enxofre são insuficientes para extinguir o mal enraizado nas ruas e vielas dessa cidade. 
Uma bomba atômica varreria do mapa essa que é um antro de perdição, mas não conseguiria purificar tanto mal. 

 Continua... 

 Poema: Odair José, Poeta Cacerense

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Cidade sem cabaré - Parte I

Falo de uma cidade cheia de farmácias. 
Um lugar que representa uma sociedade doente, cheia de ratos e morcegos. 
Uma cidade onde você não encontra nenhum cabaré. 
Sinal de que não há promiscuidade? 
Pelo contrário. 
Pederastas, lascivos e outros devassos é o que mais se pode encontrar pelas penumbras dessa cidade. 
Bares. 
Inúmeros. 
Pelo menos dois em cada quarteirão. 
Uma mistura de poluição sonora com poluição visual que ofuscam a visão e fedem nas narinas de gente séria que nela tentam sobreviver. 
Bares que escondem o pecado original em suas bases. 
No fundo são antros de prostituição e distribuição de entorpecentes.

Continua... 

Poema: Odair José, Poeta Cacerense