segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Escrevo porque...


Escrevo porque gosto.
A escrita me ajuda a libertar a imaginação ao mesmo tempo em que a registra para a imortalidade. Vou passar e, como acontece com todos, sem exceção, vou morrer... No entanto, meus pensamentos serão imortalizados para todo o sempre.

Alguém há de encontrar em minhas palavras o alento e cumplicidade que sempre procurou. Todos temos vários sonhos e imaginamos as situações, a vida que nos agrada, mas nem sempre é possível ter essa vida ou realizar aquele sonho.

A vida passa, nós passamos, e o que a nossa posteridade encontrará de nós?
Escrevo porque adoro ver as palavras serem construídas ao longo das linhas de um papel branco. Mas, não é só isso que importa. Também importa as idéias.

Escrevo porque posso registrar as minhas idéias e deixá-las livres, como pássaros, encontrar outras idéias e, juntas, formarem uma ideologia.

Gosto de ler, talvez seja por isso que gosto de escrever, ou vice-versa. E, por ler muito, sei que deveria escrever na norma culta. No entanto, gosto de ser livre na minha escrita por achar que assim consigo ser mais objetivo no que quero dizer.

Escrevo porque a escrita me impulsiona a desvendar outros horizontes. Histórias são elaboradas a partir de idéias; críticas são liberadas a partir de pontos de vistas e poemas são criados a partir de sonhos.

Tive uma experiência como professor de Língua Portuguesa durante três meses em uma escola de Alfabetização de Jovens e Adultos que me possibilitou a oportunidade de perceber o valor da escrita. É patente aos olhos a dificuldade que as pessoas têm em escrever. Por isso vemos um alto índice de reprovação nas redações e interpretações de textos. Na verdade, esses dois parecem monstros para boa parte de nossos alunos. Estamos vivendo uma época de muita informação e pouco conhecimento.

Escrevo porque aprendi, nos momentos de reflexão, a expor os meus sentimentos. A escrita liberta o sentimento do coração, da alma e o aprisiona no papel para todo o sempre.

Escrevo porque assim posso deixar para a posteridade os meus sentimentos, as minhas idéias e incertezas. Pode parecer loucura, bobeira ou mesmo, infantilidade, mas sei que, mesmo com o passar do tempo, alguém de mim se lembrará.

A escrita é minha identidade.

Texto: Odair